Se havia algo acontecendo isso eu não sabia, mas algo estava diferente.À dias que minha mente não havera de se sentir tão exaurida, ela simplesmente cogitava coisas utópicas demais e isso me deixava exacerbada.Cada pensamento era uma energia fora e gasta, minha cabeça martelva sem dó e piedade, isso me daria uma ótima analogia entre ela e uma reforma da casa do vizinho, mas o mais incrível é que eu procurava ideias para pensar e isso só me prejudicava, eu precisava escutar, falar, menos pensar.Eu era todos os instrumentos de uma orquestra.Eu era o último e máximo volume da caixa de som.Sentia-me esgotada, eu estava igualando-me a última gota de água da garrafa, era tudo um grande vazio.Eu era um vazio.Havia um contraponto entre o meu eu e o meu pensar.
Eu estava no muro, lá em cima, eu pensava e continuava num vazio.Fiquei lá em cima por horas até que percebi que eu me ofendia à toa e até em próprio pensamento.Eu precisava olhar para novos horizontes.Então pensei algo bom ao que me deu ideia de ler um livro, qualquer que fosse, o primeiro que eu encontrasse.Eu vi lá na escrivaninha um livro de filosofia, eu o abri e a primeira coisa que li foi '' Penso, logo existo.''Ergui minha cabeça e desci do muro.Eu nunca havia sido um vazio.